quinta-feira, 27 de maio de 2010

Início da Produção nacional

Em 1907, foi inaugurada a  usina do Ribeirão Lages, regularizando o fornecimento de energia para o Rio de Janeiro. em menos de um ano foram abertas dezoito novas salas de cinema no Rio de Janeiro. A partir disso, em 1908, acontece o apogeu do período de intensa produção cinematográfica conhecido como "Bela Época". Nesse mesmo ano, surge o primeiro filme de ficção do Brasil. De acordo com Paulo Emílio Salles Gomes, há dúvidas sobre o título do filme. A tradição aponta "Os Estranguladores", de Antônio Leal. A comédia "Nhô Anastácio Chegou de Viagem", de Julio Ferrez, que foi exibida em junho de 1908, teve grande repercussão.
Em 1911, empresários norte-americanos visitaram o Rio de Janeiro para sondar o mercado cinematográfico brasileiro, e logo abriram o Cinema Avenida para exibir exclusivamente filmes da Vitagraph. Com a Primeira Guerra Mundial, a produção europeia se enfraquece, e os EUA passam a dominar o mercado mundial. Francisco Serrador cria a primeira grande rede de exibição nacional (salas em São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte e Juiz de Fora), desiste de produzir e torna-se distribuidor de filmes estrangeiros.
O início da Primeira Guerra Mundial interrompe o fornecimento de matéria-prima, e a produção cinematográfica é paralisada. Os exibidores nacionais, que, até a década anterior, apoiavam a produção no país, passam a preferir a locação de filmes estrangeiros, europeus e americanos.
Entre 1912 e 1922, foram realizados apenas 60 filmes no país, predominando filmagens de cines-jornal e filmes documentais.
Em 1911, o cineasta Francisco Serrador compra salas de exibição por todo o Brasil. Sua política de exibição de filmes estrangeiros termina por enfraquecer o cinema nacional.
Em 1914, o primeiro longa metragem é produzido no Brasil, que foi "O Crime do Banhados", do português Francisco Santos,com mais de duas horas de duração.
Em 1915 Uma Transformista Original, de Paolo Benedetti, é um filme musical que utiliza discos de música sincronizados com a imagem, um processo precursor de sonorização.
Em seguida, no ano de 1917, surge no Brasil a primeira animação brasileira, O Kaiser, do desenhista Álvaro “Seth” Marins. O filme foi lançado em 22 de Janeiro de 1917. Esse marco histórico funciona como ponto de partida do cinema de animação no Brasil. Nestes 90 anos foram produzidos 19 longas-metragens, centenas de curtas e milhares de filmes publicitários de animação.
                                                    ("O Kaiser- Álvaro "Seth" Martins)


Em 1920 ,surgem as primeiras publicações especializadas em cobrir as produções de Hollywood, a Para Todos, a Selecta e a Cinearte.
Entre 1923 e 1933, o cinema brasileiro vive uma expansão, e são produzidos 120 novos títulos, nos chamados ciclos regionais. Várias cidades de Minas Gerais produzem filmes, por iniciativa de imigrantes e produtores independentes. Na Amazônia, o português Silvino Santos realiza filmagens documentais. Ainda são realizadas produções em Campinas, Recife e Rio Grande do Sul. 
Os filmes brasileiros passam a ter dificuldades de exibição, o que leva a uma queda de produção violenta. Surgem as revistas especializadas em cinema e começam a difundir-se os mitos e estrelas de Hollywood. A partir dos anos 1930, diversos acordos comerciais estabelecem que os filmes norte-americanos passam a entrar no Brasil isentos de taxas alfandegárias.
Em 1929, foi lançado primeiro filme sonorizado da história do cinema brasileiro, chamado "Acabaram-se os otários".
Em 1931, foi lançado um musical chamado “coisas nossas”, de Wallace Downey. É um musical cantado em português, com cantores brasileiros, e de grande sucesso. Na contra-mão, Mário Peixoto filme mudo de pouca aceitação popular, mas hoje considerado um marco do cinema experimental, chamado “Limite”.

                                               (Trecho do filme "Acabaram-se os otários")

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